O 14° Dossiê Mulher divulgado recentemente pelo Instituto de Segurança Pública revela que, no estado do Rio de Janeiro, as mulheres representam mais da metade das vítimas de delitos como homicídio doloso (quando há a intenção de matar), estupro, feminicídio (assassinato de mulheres simplesmente por serem do sexo feminino), assédio sexual, violência doméstica, lesão corporal, entre outros.

 

A pesquisa também apontou que 12 mulheres são estupradas a cada 24h no estado. Em 2018, foram registrados 4.543 estupros. Cerca de 70% das mulheres eram menores de idade. Desses estupros 72% ocorreram dentro da casa das vítimas e 45% de seus agressores eram pessoas de seu convívio (pais, padrastos, tios, companheiros, ex-companheiros, amigos da família).

 

Além disso, 350 mulheres foram vítimas de homicídio doloso, a maioria entre 30 e 59 anos de idade. Dessas, 59% eram negras ou pardas. Companheiros e ex-companheiros foram responsáveis por 12,3% dessas mortes. Ocorreram também 71 casos de feminicídio e 288 tentativas. Companheiros e ex-companheiros foram os autores de 56,4% desse crime e em 62% dos casos o local da ocorrência foi em uma residência.

 

A lesão corporal foi o crime que teve mais vítimas mulheres no ano passado. No estado, 4 mulheres foram agredidas por hora e 70% dos agressores foram, mais uma vez, pessoas conhecidas das vítimas. Dessas agressões, 60,2% aconteceram dentro de alguma casa.

 

Umas das seções do Dossiê Mulher traz dados recolhidos através do Disque Denúncia. Entre as denúncias registradas em 2018, 69% tinham pessoas próximas às mulheres como as responsáveis pelos ofensas e em 35% dos casos os filhos da vítima estavam presentes no local da agressão.

 

Pesquisa do Datafolha revela que a maioria das mulheres que sofrem algum tipo de violência não denunciam seus agressores. O levantamento, feito a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, concluiu que 52% das mulheres agredidas em 2018 ficaram caladas. Alguns dos motivos mais frequentes que inibem a mulher de formalizar denúncia contra agressor são: medo de denunciar o agressor, vergonha, medo de que ninguém acredite nela, sentimento de culpa, medo de reviver a experiência, entre outros.

 

As informações encontradas no Dossiê têm como fonte o banco de dados dos registros de ocorrência da Secretaria de Estado de Polícia Civil relativos ao ano de 2018.

Por Bruna Silva (UFRJ – Brazil)

 

Para mais informações, acesse:

 

http://arquivos.proderj.rj.gov.br/isp_imagens/uploads/InfograficoDossieMulher2019.pdf

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